quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O conteúdo já não é o ponto principal

   O sertanejo universitário é um ritmo dançante, empolgante e com letras bem diferentes daquelas que o originaram. Com um tamanho menor e mais fácil de ser decorado, ele se tornou a famosa música “chiclete”. Quem ouve uma vez, até mesmo aqueles que não são fãs do gênero, ficam com a música na cabeça. Quem é que nunca sussurrou o “Ai se eu te pego” do Michel Teló?

Aí se eu te pego (Fonte: Internet)

   Essa nova fase do sertanejo angariou um público que antes não ouvia esse estilo musical, porém, junto com sucesso vieram alguns exageros e em seguida várias críticas.

Gian (Fonte: Arquivo Pessoal)
   O estudante Gian Rezende nos contou que para ele música tem que ter poesia e que no sertanejo universitário isso está em falta. Perguntado se as letras são pobres ele responde: “Eu acho que falta um pouco mais de criatividade e de poesia, não que eu esteja falando que é ruim, cada um tem seu gosto próprio, mas acho que eles poderiam trabalhar mais, colocar algo mais poético e com rimas melhores, saindo do 'bara bara bere bere'”.
Gian ainda prefere o sertanejo antigo ao atual: “Eu prefiro o sertanejo, sertanejo mesmo. Tem bandas universitárias que eu gosto também, como Jorge e Mateus, Victor e Léo, mas eu prefiro mil vezes mais o antigo, como Leandro e Leonardo. Por mais que falem que é brega, as músicas antigas eram mais bem trabalhadas”.

Magno Pires (Fonte: Ulisses Souza)
   O radialista Magno Pires diz que gosta das melodias, mas que o conteúdo sexual e a ostentação acabam manchando essa nova fase.  

Seluana Horácio (Fonte: Ulisses Souza)
   A discotecária Seluana Horácio comenta que as músicas atuais são muito pequenas. “Quando é animada fala em cerveja, mulher, sair pra balada, quando é muito lenta, passa a ser muito melosa, fala do cara que perdeu a mulher e está sofrendo por amor”. Sobre sua preferência ela completa: “Depende do momento, claro que o sertanejo antigo tem sua história, tem o seu lugar no mercado musical, até porque foi ele que originou o sertanejo de agora. Eu prefiro o mais antigo, porque tinha mais conteúdo, tinha letra, se preocupavam com a melodia da música, com a história que ela iria passar.”



 O estudante Matheus Brum é um dos apaixonados pelo estilo. Na opinião dele existe um  sertanejo para cada ocasião. Veja no vídeo ao lado.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  


Juliana Santos Rocha (Fonte: Arquivo Pessoal)




A professora de música Juliana Santos Rocha, formada no 

Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, além de deixar a sua opinião sobre o sertanejo universitário, também fala da parte teórica, o que mudou de fato que permanece igual aos tempos de Tonico e Tinoco. 



Ulisses Souza

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