O
sertanejo universitário é um ritmo dançante, empolgante e com
letras bem diferentes daquelas que o originaram. Com um tamanho menor
e mais fácil de ser decorado, ele se tornou a famosa música
“chiclete”. Quem ouve uma vez, até mesmo aqueles que não são
fãs do gênero, ficam com a música na cabeça. Quem é que nunca
sussurrou o “Ai se eu te pego” do Michel Teló?
Aí se eu te pego (Fonte: Internet)
Essa
nova fase do sertanejo angariou um público que antes não ouvia esse
estilo musical, porém, junto com sucesso vieram alguns exageros
e em seguida várias críticas.
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Gian (Fonte: Arquivo Pessoal) |
O
estudante Gian Rezende nos contou que para ele música tem que ter
poesia e que no sertanejo universitário isso está em falta.
Perguntado se as letras são pobres ele
responde: “Eu acho que falta um pouco mais de criatividade e de
poesia, não que eu esteja falando que é ruim, cada um tem seu gosto
próprio, mas acho que eles poderiam trabalhar mais, colocar algo
mais poético e com rimas melhores, saindo do 'bara bara bere bere'”.
Gian
ainda prefere o sertanejo antigo ao atual: “Eu prefiro o sertanejo,
sertanejo mesmo. Tem bandas universitárias que eu gosto também,
como Jorge e Mateus, Victor e Léo, mas eu prefiro mil vezes mais o
antigo, como Leandro e Leonardo. Por mais que falem que é brega, as
músicas antigas eram mais bem trabalhadas”.
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Magno Pires (Fonte: Ulisses Souza) |
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Seluana Horácio (Fonte: Ulisses Souza) |
A
discotecária Seluana Horácio comenta que as músicas atuais são
muito pequenas. “Quando é animada fala em cerveja, mulher, sair
pra balada, quando é muito lenta, passa a ser muito melosa, fala do
cara que perdeu a mulher e está sofrendo por amor”. Sobre sua
preferência ela completa: “Depende do momento, claro que o
sertanejo antigo tem sua história, tem o seu lugar no mercado
musical, até porque foi ele que originou o sertanejo de agora. Eu
prefiro o mais antigo, porque tinha mais conteúdo, tinha letra, se
preocupavam com a melodia da música, com a história que ela iria
passar.”
Ulisses Souza
O estudante Matheus Brum é um dos apaixonados pelo estilo. Na opinião dele existe um sertanejo para cada ocasião. Veja no vídeo ao lado.
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Juliana Santos Rocha (Fonte: Arquivo Pessoal) |
A professora de música Juliana Santos Rocha, formada no
Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, além de deixar a sua opinião sobre o sertanejo universitário, também fala da parte teórica, o que mudou de fato e o que permanece igual aos tempos de Tonico e Tinoco.
Ulisses Souza